Um protesto de moradores locais levou à suspensão dos trens turísticos entre Ollantaytambo e Machu Picchu, no Peru, na última segunda-feira (15), deixando centenas de visitantes retidos na região de Aguas Calientes, principal ponto de acesso ao sítio arqueológico. Entre os afetados estava a médica catarinense Mariana Schmidt Vieira, de 31 anos, que relatou momentos de incerteza e tensão enquanto aguardava, junto a outros turistas, o fim do bloqueio para conseguir retornar a Cusco.
De acordo com Mariana, o trem em que estava deveria sair às 15h10, mas acabou partindo apenas por volta das 20h50, forçando os passageiros a aguardarem por horas fora da estação, que chegou a ter os portões fechados durante boa parte do tempo. O ambiente, segundo a médica, não tinha estrutura adequada para acomodar o grande número de pessoas esperando. “O mais angustiante era a falta de informação. Ninguém sabia se conseguiríamos seguir viagem ou quanto tempo levaria”, relatou.
O protesto — organizado pela Frente de Defesa dos Interesses de Machu Picchu — começou após o encerramento da concessão de 30 anos da empresa responsável pelo transporte por ônibus entre a estação de trem e o parque arqueológico. Moradores exigem a entrada de uma nova operadora. A linha férrea foi bloqueada com pedras e troncos, segundo autoridades peruanas.
Durante a paralisação, as empresas que operam o serviço ferroviário, como PeruRail e IncaRail, suspenderam as viagens, deixando cerca de 900 turistas isolados em Machu Picchu, enquanto outros milhares aguardavam para conseguir voltar a Cusco. Alguns visitantes relataram atrasos que ultrapassaram seis horas.
Machu Picchu, reconhecida como Patrimônio da Humanidade desde 1983, recebe em média mais de 4,5 mil visitantes diariamente. As autoridades locais ainda trabalham para normalizar o transporte e retirar todos os turistas atingidos pelo impasse, que afeta a reputação internacional do destino peruano.
