O estado do Paraná confirmou neste domingo (5) os dois primeiros casos de intoxicação por metanol, após exames laboratoriais indicarem a presença do álcool tóxico no organismo de dois homens moradores de Curitiba. Ambos apresentaram sintomas após o consumo de bebida alcoólica adulterada, e estão atualmente internados em hospitais da capital, em quadro grave, mas sob cuidados médicos.
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde e a Secretaria Municipal de Curitiba, os pacientes têm 60 e 71 anos e a confirmação foi feita após análises de sangue realizadas pela Polícia Científica do Paraná, a pedido da equipe de saúde. O homem de 60 anos recebeu o tratamento com o antídoto específico para intoxicação por metanol, o etanol farmacêutico, enviado pelo Ministério da Saúde nesta semana. O estado do segundo paciente ainda está sendo avaliado quanto à necessidade do uso do antídoto.
Além dos dois casos confirmados, o governo investiga outros suspeitos. Uma mulher de 31 anos, de Foz do Iguaçu, e um homem de 36 anos, residente em Curitiba, aguardam resultados de exames laboratoriais. Uma apuração da Polícia Civil também investiga possíveis pontos de venda de bebidas adulteradas, especialmente a suspeita de que o próprio paciente de 60 anos tenha misturado álcool combustível à bebida consumida, o que pode ter causado a intoxicação.
Desde o início do surto, o Ministério da Saúde já notificou 209 casos suspeitos em todo o Brasil, com pelo menos 16 confirmações, sendo o Paraná o mais recente a registrar casos laboratoriais. O risco da intoxicação por metanol é elevado, pois a substância, quando ingerida, é metabolizada em produtos altamente tóxicos que podem levar à cegueira, coma e morte, além de comprometer órgãos como fígado, rins e cérebro.
Para evitar maiores danos, as autoridades reforçam a necessidade de a população verificar a procedência das bebidas alcoólicas e evitar produtos de origem duvidosa. Em caso de sintomas como visão turva, tontura, náusea, vômito ou perda de consciência, é fundamental procurar atendimento médico de emergência imediatamente. Serviços como o Centro de Informação e Assistência Toxicológica da sua região, o Disque-Intoxicação da Anvisa (0800 722 6001) ou o Centro de Controle de Intoxicações de São Paulo devem ser acionados para orientação.
A rápida busca por assistência e o tratamento precoce são essenciais para reduzir o risco de óbito ou sequelas permanentes nesses casos de intoxicação por metanol.
